Dia 07 de abril de 2018, sábado. Nosso quarto era na torre da casa, no ponto mais alto, claro e tinha oito enormes janelas o que nos propiciou uma vista maravilhosa, mesmo com o tempo nublado. Amanheceu instável, não dava pra prever o que aconteceria. Choveria ou faria sol?
Uma das vistas do quarto/torre.
Outra vista do quarto.A vegetação amarela é plantação de canola. Ao fundo, oliveiras.
De qualquer forma, Didier, o proprietário da hacienda, nos convidou para uma visita a uma fazenda de touros. Esses touros em particular são os usados nas chamadas “corridas de toros”, para nós, as touradas. Ainda se mantém forte a tradição das plazas de toros, principalmente na Andaluzia.
Esse animais são muito ferozes, naturalmente ferozes e valem mais quanto mais ferozes forem. São feitos cruzamentos, escolhendo as fêmeas e os machos mais bravos para se obter uma cria mais brava ainda. É incrível. Andando pela fazenda existem cartazes de “Cuidado! Touro Bravo!”. São alertas importantes porque esses animais podem matar.
Fazenda de “toros bravos”
Depois desse passeio, Didier nos levou para a cidade para conhecermos uma “quadra de cavallos”. Um espaço de um amigo seu, Luis, que é treinador de cavalos para espetáculos e também treina cavalos para atuarem em filmes. Os espetáculos com cavalos na Andaluzia também são outra forte tradição. Vimos um pequeno treino de cavalos, demos uma caminhada pela “Finca”, também uma outra forma de chamar uma fazenda. Na finca tem uma pequena plaza para treinos dos animais.
A pequena plaza e ao fundo Morón de La Frontera.
Na finca, velhas oliveiras ainda dão frutos e muitos.
Os animais que o Luiz cria em seu espaço.
Um amante de cavalos, Luiz tem de tudo em sua finca.
Existe uma base aérea da OTAN, sob responsabilidade dos Estados Unidos, chamada Base Aérea de Morón de La Frontera, embora ela não esteja no município de Morón. Foi criada em 1941 durante a guerra e se mantém até hoje como ponto estratégico para possíveis intervenções em países da África e Oriente.
Após o tour, Didier nos levou a um restaurante com comidas típicas da região, e lá, durante o almoço, nos divertimos com dois personagens que estavam ao balcão do bar, bebendo muito vinho e conversando. Duas figuras que nos fizeram rir muito pois travavam uma discussão muito acalorada. Não descobrimos do que se tratava, porém tinha lances teatrais e depois de algum tempo um deles falou com a gente e em seguida veio o outro. Continuamos não conhecendo o conteúdo da discussão mas um deles era ator e aí se explica os lances teatrais. Quando falei com ele em espanhol, portunhol, ele imediatamente com gestos largos me disse: “Es argentino. No es brasileño.” Foi muito engraçado. Coisas deliciosas que acontecem quando se viaja.
Nosso quarto, na torre.
Voltando a Hacienda, fomos usar a piscina coberta e aquecida, o tal banho que ele construiu e que deu um charme todo especial. Um espaço romântico com pouca luz, velas por isso a usência de fotos. Aí estava completo. Um jantar, um delicioso caldo de peixe que o Davi preparou e cama. Ronda nos espera amanhã. Rezando para parar de chover. Choveu forte. Essa pousada rural vale a pena conhecer. Ficar, aproveitar e curtir a enorme hospitalidade de Monsiuer Didier. Um gentleman. Ficamos encantados.